Santiago - Pescadores chilenos organizaram nesta quinta-feira (12/7) uma nova jornada de protestos no sul do Chile contra uma lei de pesca que está sendo debatida no Congresso, e que, segundo os manifestantes, acabará com a atividade artesanal.
Mais de mil pescadores artesanais bloquearam com barricadas e veículos, pelo segundo dia consecutivo, a via que dá acesso à cidade de Constitución, localizada cerca de 250 km ao sul de Santiago, uma das principais áreas pesqueiras do país.
Os manifestantes protestam contra a nova norma pesqueira, enviada ao Congresso pelo governo, por considerarem que beneficiará as grandes empresas pesqueiras que atuam no Chile, provocando o desaparecimento da pesca artesanal.
"O Governo não deu bola para os problemas dos pescadores artesanais e segue dando prioridade ao setor industrial, o que prejudica todas as nossas famílias", disse à imprensa local Leonel Lucero, líder dos pescadores.
Os pescadores também exigem a libertação de quatro de seus companheiros detidos durante um confronto com a polícia na quarta-feira (11/7).
Cerca de cem pescadores bloquearam uma estrada em Tirúa, na região de Biobío, cerca de 550 km ao sul de Santiago, enquanto por volta 200 manifestantes ocuparam a Prefeitura de Arauco por mais de quatro horas, também em rejeição à norma.
A nova lei busca regular o setor pesqueiro e introduzir critérios científicos para estabelecer as cotas de pesca, em meio a denúncias de pesca predatória, junto com o uso de sistemas de localização de embarcações menores.
No Chile, um dos principais produtores de farinha de pescado, cerca de 120.000 famílias vivem da pesca artesanal.