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Lanchas chinesas entraram em águas japonesas, denuncia governo

Tóquio - O Japão denunciou nesta quarta-feira (11/7) que três lanchas de patrulha chinesas entraram nas águas territoriais japonesas na região em litígio no Mar da China oriental.

As três lanchas se aproximaram das Ilhas Senkaku (Diaoyu em chinês) na manhã desta quarta-feira e foram localizadas por um navio da guarda costeira japonesa. Segundo a guarda costeira, as lanchas foram identificadas como "Yuzheng 202", "Yuzheng 204" e "Yuzheng 35001". "Pedimos a estes barcos para abandonarem as águas territoriais do nosso país", explicaram as autoridades japonesas em um comunicado. "A mesma demanda foi formulada pelo ministério das Relações Exteriores pelos canais diplomáticos". Tóquio convocou o embaixador chinês para pedir explicações.

[SAIBAMAIS]O governo da China pediu ao Japão que respeite sua "soberania indiscutível" sobre as ilhas em disputa. "As ilhas Diaoyu e outras ilhas que estão vinculadas, sobre as quais a China tem uma soberania indiscutível, sempre integraram o território chinês", afirma um comunicado divulgado pela delegação chinensa após um encontro do ministro das Relações Exteriores, Yang Liechi, com o colega japonês Koichiro Gemba em Phnom Penh, Camboja. Yang pediu a Tóquio que apresente prova de "boa fé" e respeite os acordos entre os dois países, para solucionar as divergências "com diálogo e consulta", além da adoção de medidas concretas para defender os interesses das relações bilaterais.



Há quatro dias, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, anunciou os planos de Tóquio para estas ilhas desabitadas, administradas pelo Japão e reivindicadas por China e Taiwan. Segundo o jornal Asahi Shimbun, o governo em Tóquio planeja comprar as ilhas da família japonesa Kurihara, mas Pequim já advertiu que o Japão não tem o direito de pagar pelo arquipélago. "As ilhas Diaoyu fazem parte do território chinês desde os tempos antigos", destacou no sábado a chancelaria em Pequim. As ilhas se encontram em águas muito ricas em pesca e em uma região onde pode haver petróleo e gás.