Manter a paz internacional e a segurança; desenvolver relações amigáveis entre as nações; obter a cooperação internacional; e ser um centro harmonizador das ações dos países, na conquista desses fins comuns. As propostas e os princípios regem a Carta das Nações Unidas. O documento de 112 páginas e 19 capítulos, redigido em 26 de junho de 1945, deu forma à ONU. Dias depois de comemorar 67 anos, a entidade ; um colosso de agências, comitês e conselhos ; se vê desmoralizada na Síria. O plano de Kofi Annan, enviado especial a Damasco, foi ignorado pelo regime de Bashar Al-Assad. No mês passado, tiros e pedradas atingiram o comboio de observadores internacionais, em Al-Haffeh (noroeste). As autoridades sírias menosprezaram um relatório sobre violações dos direitos humanos e até ameaçaram romper com a ONU. A crise na Síria segue o roteiro de outros conflitos: a estrutura do Conselho de Segurança, a máxima instância da organização, impede a tomada de decisões que contrariem os interesses de seus membros permanentes.
;O Conselho de Segurança da ONU está fracassado, é irrelevante, ou ambas as coisas. É pouco mais do que outro lugar onde as políticas das grandes potências jogam com poucas chances de alcançar um propósito superior;, afirmou ao Correio o cientista político indiano Parag Khanna, especialista da New America Foundation e do European Council on Foreign Relations. De acordo com ele, o excesso de impasse no organismo resultou em ineficiência e falta de legitimidade. ;O Conselho de Segurança da ONU fracassou nos testes de Darfur e da Síria;, acrescentou o especialista, também autor de How to run the world (Como dirigir o mundo).