As pontas dos dedos indicadores manchadas de tinta azul eram ostentadas, ontem, por quase 3 milhões de líbios, orgulhosos por fazerem parte de uma nova etapa da história do país. Depois de 60 anos, as primeiras eleições democráticas que formarão a nova Assembleia Constituinte foram comemoradas com muita festa pelas ruas de Trípoli e de diversas cidades. No leste do país, porém, as celebrações deram lugar ao clima de insegurança, com 6% das zonas eleitorais desativadas. Na região, dezenas de pontos de votação foram atacados por milícias, que roubaram urnas e incendiaram milhares de cédulas. De acordo com a Comissão Eleitoral do país, 101 zonas eleitorais foram sabotadas e não puderam receber os eleitores.
Ian Martin, chefe das Nações Unidas na Líbia, lamentou a violência no leste do país e a morte de um rapaz que trabalhava em um colégio eleitoral. ;O que estamos vendo é que a grande maioria dos eleitores está muito irritada com uma minoria de rebeldes que impede os demais de exercerem a cidadania, enquanto eles estavam na vanguarda da luta para ter esse direito;, criticou, em entrevista à rede de tevê árabe Al-Jazeera.