Túnis - O organismo independente responsável pela reforma dos meios de comunicação na Tunísia dissolveu-se nesta quarta-feira (4/7), alegando a impossibilidade de cumprir com sua missão e denunciou uma política de censura por parte do governo islâmico.
"A Instância Nacional para a Reforma da Informação e da Comunicação (INRIC) alerta sobre a gravidade da situação no campo da informação", declarou seu diretor, Kamel Labidi. Labidi acusou o governo de "recorrer à censura e desinformação".
"Desde que este governo assumiu o poder, notamos a ausência de medidas concretas para reformar o setor dos meios de comunicação(, acrescentou.
Segundo Labidi, um jornalista forçado ao exílio durante o regime do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, o governo dominado pelo partido islamita Ennahda ignorou um informe do INRIC, que no final de abril apontava falhas e pedia para "frear a destruição sistemática dos meios de comunicação".
Até esta tarde, o governo não respondeu às acusações do INRIC. O INRIC foi criado após a revolta popular que derrubou Ben Ali, em 2011, com a tarefa de reformar o setor da informação para assegurar a liberdade de expressão e de imprensa no país africano.