Ramallah - O negociador palestino Saeb Erakat pediu nesta quarta-feira (4/7) a formação de uma comissão de investigação internacional sobre a morte do líder Yaser Arafat, após as revelações de um documentário exibido na terça-feira pelo canal Al-Jazeera.
"Pedimos a formação de uma comissão de investigação internacional, baseada no modelo da comissão de investigação internacional sobre o assassinato do primeiro-ministro libanês Rafic Hariri", declarou Erakat. Arafat, que morreu em 2004 em Paris aos 75 anos, teria sido envenenado com polônio, uma substância radioativa, segundo as conclusões de exames efetuados em um laboratório na Suíça e citados no documentário da Al-Jazeera.
As análises foram feitas com uma mostra biológica retirada dos pertences do dirigente palestino e entregues à viúva, Suha, pelo hospital militar de Percy, ao sul de Paris, onde Arafat faleceu, segundo François Bochud, diretor do Institute for Radiation Physics de Lausanne (Suíça).
"A conclusão é que detectamos um nível significativo de polônio nas mostras", afirma no documentário, que precisou de nove meses de investigação, segundo a Al-Jazeera. O polônio é uma substância pouco comum e altamente radioativa. Teria sido utilizada para envenenar o ex-espião russo Alexander Litvinenko, que faleceu em Londres em 2006.
[SAIBAMAIS]Em 11 de novembro de 2011, data do sétimo aniversário da morte do dirigente palestino, Suha lamentou a morte do "presidente Arafat e, com ele, o segredo de seu falecimento". A viúva disse que o atestado de óbito oficial "afirma que a causa da morte foi a destruição de glóbulos vermelhos, sem mencionar a origem do problema".
Yaser Arafat ficou doente em seu quartel-general de Ramallah, na Cisjordânia, cercado pelo Exército israelense, e faleceu em 11 de novembro de 2004 em Percy. A morte do líder histórico palestino é um enigma. Os quase 50 médicos que o atenderam não chegaram a uma conclusão para explicar a rápida deterioração de seu estado de saúde. Os palestinos acusaram a Israel de envenenamento.