Islamabad - O Paquistão confirmou nesta terça-feira (3/7) à noite a sua decisão de reabrir as rotas de abastecimento vitais para a Otan no Afeganistão, que estavam fechadas desde novembro, declarou um porta-voz do governo.
"O conselho de defesa do governo do Paquistão decidiu reabrir a rota de abastecimento da Otan", declarou o ministro da Informação, Qamar Zaman Kaira, à imprensa em Islamabad.
Antes disso, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, havia anunciado que o Paquistão reabriria para circulação suas rotas de abastecimento da Otan no Afeganistão fechadas depois de um bombardeio da Isaf em novembro que havia deixado 24 soldados paquistaneses mortos.
Hillary teve uma conversa por telefone nesta terça-feira com seu homóloga paquistanesa Hina Rabbani Khar, durante a qual esta a informou "que as linhas terrestres de abastecimento do Afeganistão serão reabertas", segundo um comunicado da secretária de Estado.
Islamabad havia bloqueado essas vias em novembro logo após o bombardeio da Isaf (força armada da Otan no Afeganistão), no qual morreram 24 soldados paquistaneses perto da fronteira afegã. As autoridades paquistanesas haviam imposto principalmente como condição para a retomada do tráfego um pedido de desculpas formal de Washington relacionado ao bombardeio.
Imediatamente após o anúncio de Islamabad, os talibãs paquistaneses, por meio de um porta-voz, ameaçaram nesta terça atacar os caminhões da Otan e matar seus motoristas se o abastecimento das tropas no Afeganistão for retomado.
Ehsanullah Ehsan declarou à AFP que os talibãs "não deixarão passar nenhum caminhão e os atacarão", algumas horas depois de o governo paquistanês ter confirmado a sua decisão de reabrir as rotas de abastecimento das tropas da Otan no Afeganistão.
"Não atacaremos apenas os caminhões de abastecimento, como também mataremos os motoristas" (dos caminhões da Otan), acrescentou Ehsan.
O general John Allen, comandante da Isaf, saudou nesta terça a reabertura das rotas de abastecimento para o Paquistão.
A conclusão de um acordo relacionado às rotas de abastecimento entre os americanos, que lideram a força da Otan, e os paquistaneses deve permitir a normalização das relações entre os dois países.
Esse acordo facilitará a retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão.