;Todos os dias peço perdão. (;). A história vai nos julgar e nos condenar pelo que fizemos ou deixamos de fazer.; Durante 12 minutos, o presidente destituído do Paraguai Fernando Lugo concedeu uma entrevista incisiva ao Correio, por telefone, de Assunção. O ex-bispo ; deposto pelo Congresso em um julgamento político sumário, no último dia 22 ; assumiu o mea-culpa por erros cometidos à frente do Palácio de Los López, mas rejeitou responsabilidade no massacre de Curuguaty ; a desapropriação de uma fazenda terminou na morte de oito policiais e de nove sem-terra, em 15 de junho. Lugo voltou a afirmar que seu impeachment foi repleto de erros. ;Nem sequer tive direito à defesa;, declarou. O ex-presidente defendeu a expulsão do Paraguai da Organização dos Estados Americanos (OEA) e alertou para o risco de o ;golpe parlamentar; contaminar a democracia na América Latina. Ele também destacou o papel do Brasil à frente da região.
Como analisa o impeachment a que foi submetido? Foi um golpe, uma violação à democracia?
Sem nenhuma dúvida. Foi um golpe à democracia, um golpe à institucionalidade, um golpe ao processo democrático paraguaio. Pode ser que tenha legitimidade, mas eles usaram um marco ilegal, maquiado e forçado, para realizar o golpe de Estado. E os golpes de Estado têm muitos nomes. Como falam no campo da cibernética, foi um golpe de Estado 2.0. Um processo cheio de erros. Nem sequer tive o direito à defesa nem direitos fundamentais, como os direitos humanos.
Alguns especialistas afirmam que seu julgamento político foi respaldado pela Constituição...
Qualquer pessoa tem oito ou nove dias para provar a sua defesa. Eu tive 27 horas. Então, foi um processo sumário, acelerado. Os meus direitos de cidadão não foram respeitados suficientemente. O golpe foi ilegítimo, assim como o processo de julgamento.
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