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Protestos em Hong Kong nos 15 anos de sua devolução à China

Dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas de Hong Kong neste domingo para manifestar sua oposição a Pequim, enquanto a antiga colônia britânica celebrava 15 anos de domínio chinês sob o princípio de "um país, dois sistemas" e com a posse de um novo chefe do Executivo. Manifestantes jovens e idosos estavam vestidos de preto e branco para expressar seu luto. "Hong Kong está pior do que antes. Nossos direitos estão seriamente ameaçados", declarou à multidão Eric Lai, da Frente dos Direitos Civis. "Hoje não há nada para comemorar. Hong Kong é destruída aos poucos pelo Partido Comunista", afirmou Jacky Lim, de 37 anos, que agitava a bandeira da antiga metrópole, a Grã-Bretanha. Na cerimônia de posse realizada neste domingo, o novo chefe do Executivo, Leung Chun-ying, eleito na primavera (hemisfério norte) por um comitê eleitoral restrito que recebe orientações de Pequim, "prometeu defender a Lei Fundamental de Hong Kong" e garantir a seus habitantes liberdades civis desconhecidas no continente. No dia 1º de julho, aniversário da devolução de Hong Kong à China, vários protestos são registrados. Mas neste ano, o descontentamento de boa parte dos sete milhões de habitantes da região é mais forte do que nunca. Eles acusam os chineses do continente de provocarem uma disparada dos preços do setor imobiliário, que já estão entre os mais elevados do mundo. O abismo entre os mais ricos e os mais pobres, um dos maiores do mundo, aumentou ainda mais durante os dez últimos anos, segundo dados do governo divulgados em meados de junho. Além disso, os habitantes deste território do sul da China acusam Pequim de cercear gradualmente a democracia. A antiga colônia britânica é, ao junto com Macau, antiga colônia portuguesa devolvida à China em 1999, o único território chinês que goza do status de "Região Administrativa Especial".