O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, chega hoje (1;) ao Paraguai para conversas com representantes do Executivo, Legislativo, Judiciário e com políticos locais sobre a crise que se instalou no país desde o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo. A previsão, segundo a imprensa paraguaia, é que os primeiros a se reunirem com Insulza sejam o ministro das Relações Exteriores, José Felix Estigarribia, e o presidente Federico Franco.
A visita deverá continuar, pelo menos, até quarta-feira (4) e deve ser estendida aos países vizinhos. As conversas serão fundamentais para decidir a permanência do Paraguai na OEA. Os resultados dessas reuniões e das observações serão apresentados ao Conselho Permanente da OEA na segunda semana de julho.
O Paraguai já anunciou que não aceitará a decisão do Mercosul de suspendê-lo provisoriamente do bloco sul-americano e que vai buscar caminhos para reverter a medida. De acordo com a chancelaria paraguaia, a suspensão aprovada pelos presidentes do Brasil, Uruguai e da Argentina estaria descumprindo o artigo do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul, que prevê consultas a um país denunciado.
O novo presidente do Paraguai, Federico Franco, ironizou a suspensão do país do Mercosul e também da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) ao dizer que seu país vai economizar dinheiro ao deixar de ir às cúpulas dos dois blocos regionais.
O Paraguai está impedido de participar das atividades dos dois blocos até as novas eleições gerais no país, marcadas para abril de 2013. A suspensão foi uma resposta ao processo de impeachment de Fernando Lugo, que vem isolando o Paraguai na região.
As nações vizinhas questionaram a rápida velocidade com que os deputados e senadores aprovaram a destituição de Lugo da Presidência. Franco, que era vice de Lugo, assumiu o comando do governo. O Partido Liberal, ao qual Franco é filiado, rompeu a aliança com o governo de Lugo.
*Com informações da agência IP Paraguay