Uma delegação de senadores e de produtores rurais do Paraguai defendeu nesta terça-feira (26/6) a destituição do presidente Fernando Lugo e criticou a decisão de excluir o novo governo paraguaio da próxima reunião do Mercosul.
"Estão dizendo que violamos o direito de defesa de Lugo, mas nos impedem de participar da reunião do Mercosul, rejeitam a exposição dos nossos argumentos", disse o senador Miguel Saguier, chefe da comissão constitucional do Senado do Paraguai.
Saguier lidera um grupo de dirigentes paraguaios que viajou ao Brasil para dar sua versão sobre o processo sumário de impeachmente contra Lugo, após a morte de seis policiais e 11 sem-terra durante a desocupação de uma fazenda.
Brasil, principal parceiro comercial do Paraguai, rejeitou o "processo sumário" contra Lugo e chamou para consultas seu embaixador em Assunção, além de analisar sanções adicionais por parte do Mercosul, integrado ainda por Argentina e Uruguai. Por decisão dos demais membros do Mercosul, o Paraguai não participará da cúpula do bloco prevista para quinta e sexta-feira na cidade argentina de Mendoza.
"Não estamos querendo matar a democracia paraguaia (...), não podem nos acusar de violar os direitos", afirmou Saguier antes de se encontrar com senadores brasileiros. "Lançaram a ideia internacional de que houve um golpe de Estado mas foi um recurso parlamentar no qual o presidente perdeu apoio", disse Germán Ruiz, presidente da Associação de Produtores Rurais do Paraguai.[SAIBAMAIS]
Os brasileiros formam a maior e mais poderosa comunidade estrangeira no Paraguai, com uma população estimada em 300 mil pessoas. Os chamados "brasilguaios" são proprietários de terras responsáveis por 70% da produção de soja no Paraguai, quarto maior produtor mundial do grão.