Mursi, que derrotou seu rival, o ex-primeiro-ministro de Mubarak, Ahmed Shafiq, com 51,7% dos votos, buscou acalmar as preocupações locais e internacionais em relação à vitória de um islamita no país mais populoso do mundo árabe. A bolsa de valores do Cairo suspendeu brevemente suas operações nesta segunda-feira, depois de um aumento de mais de 6% em meio ao otimismo gerado pela ideia de que o novo presidente irá ajudar a estabilizar o país.
Durante um discurso no domingo, após o anúncio da vitória, Mursi prometeu ser um presidente para todos os egípcios e pediu uma união nacional. O líder pró-Palestina ainda jurou honrar os acordos internacionais do Egito, o que inclui um tratado de paz de 1979 com Israel. Contudo, em uma entrevista à agência de notícias iraniana Fars horas antes de a vitória ser declarada, Mursi disse querer estreitar os laços com o Irã, o grande inimigo de Israel na região, e reconsiderou o acordo com o Estado judeu.
A maioria dos candidatos nas eleições presidenciais de maio e junho prometeu revisar o acordo para dar ao Egito maior soberania na Península do Sinai, recuperada pelo Egito após o Tratado de Camp David de 1979. Com isso, o Egito pode ter apenas um número limitado de tropas na península. Ele acrescentou que o retorno dos palestinos as sua casas perdidas nos conflitos de 1948 e 1967 era "muito importante". Israel pediu aos palestinos que abandonassem essa condição em quaisquer negociações de paz.