Washington - A Suprema Corte dos Estados Unidos declarou inconstitucional nesta segunda-feira que a imigração ilegal seja considerada um crime no estado do Arizona, mas autorizou a polícia desta região a proceder o controle dos documentos de qualquer pessoa suspeita de ilegalidade.
Em uma votação equilibrada, recebida com satisfação pelo presidente Barack Obama, a Suprema Corte recordou aos 50 estados do país que a política imigratória é jurisprudência do governo federal.
Por cinco votos a favor, três contra e uma abstenção, os juízes indicaram, além disso, que não pode ser considerado crime ter um trabalho ou buscar um emprego, mesmo que não se tenha os documentos em ordem nos Estados Unidos.
Por fim, os magistrados especificaram que a polícia do Arizona, um estado fronteiriço com o México e que suporta o maior número de imigrantes sem documentos em todo os Estados Unidos, não pode prender uma pessoa simplesmente porque cometeu uma falta ou delito que possa provocar sua expulsão do país.
"Acredito que cada estado tem o dever - e o direito - de garantir nossas fronteiras e manter o Estado de direito, particularmente quando o governo federal fracassou na hora de assumir suas responsabilidades", explicou seu comunicado.
A reforma migratória foi prometida por Obama durante sua campanha para chegar à presidência, mas suas tentativas parciais perante o Congresso foram frustradas pela falta de cooperação republicana.
O governo Obama deportou um número recorde de ilegais, mas ao mesmo tempo suavizou as condições desta deportação, que há um ano se concentram particularmente naquelas pessoas com antecedentes ou que são criminosos.
Cerca de 11,5 milhões de imigrantes ilegais vivem, segundo os cálculos oficiais, nos Estados Unidos, um país que intensificou drasticamente os controles sobre quem vive dentro de suas fronteiras desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2011.