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Comando policial da Bolívia ordena recomeço dos serviços cidadãos

La Paz - O Comando Geral da Policía boliviana ordenou neste domingo (24/6) que todas as suas unidades restabeleçam os serviços cidadãos, depois do acordo de um sindicato de suboficiais com o governo, apesar de o motim persistir em várias cidades do país.

"O Comando Geral ordena a todas, e cada uma das unidades policiais, a nível nacional restabelecer os serviços que devemos prestar à cidadania, normalizá-los, porque isso é o que vale", afirmou em coletiva de imprensa o chefe máximo da polícia, coronel Víctor Maldonado.

O coronel fez essa declaração, depois do acordo assinado na madrugada deste domingo entre o ministro do Interior, Carlos Romero, chefe do setor, com dois sindicatos que apoiaram o motim desde quinta-feira, o de suboficiais e o de esposas de policiais.

Contudo, a medida não foi acatada em La Paz, como constatou a AFP, onde os sublevados reclamam um salário mínimo nacional de 2.000 bolivianos, cerca de 248 dólares, 70% a mais do que recebem, e recusam o acordo que concede apenas um aumento a um bônus de segurança de 220 bolivianos (32 dólares).



Os sublevados que se encontram na unidade antimotins UTOP de La Paz, a meia quadra da praça de Armas e transformada em quartel general, ignoraram seus dirigentes e disseram que persistirão em sua reivindicação principal.

O motim ainda se mantém em El Alto (oeste), Cochabamba (centro), Potosí (sudoeste), Tarija (sul) e Trinidad (nordeste). Havia divisões policiais em Oruro (sul) e apenas a guarnição de Santa Cruz (leste) determinou a suspensão do protesto, segundo as rádios privadas Erbol e Fides.

"Não estamos de acordo com o convênio assinado em La Paz", disse o líder dos suboficiais de Santa Cruz, sargento Omar Huayllana, apesar de destacar que seus colegas retomaram os serviços, ao ser entrevistado pela rádio Erbol.

Os sublevados em La Paz, sem líderes aparentes, disseram à AFP que esperam formar um novo comitê de bases dos policiais, integrado por delegados de todas as guarnições amotinadas, para voltar a negociar com o governo.