Muito mais esforços
Esta escalada da repressão e dos combates ainda impede o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e do Crescente Vermelho sírio de chegar a Homs (centro) para retirar feridos e civis. Segundo Abu Bilal, militante no local, "70% das infraestruturas de Homs foram destruídas". Neste contexto, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) anunciou que mais de 1,5 milhão de pessoas precisam de ajuda humanitária no país.
No plano diplomático, Annan concedeu em Genebra uma entrevista coletiva à imprensa com o chefe da missão de observadores da ONU na Síria, Robert Mood, sobre o futuro da missão de observadores, cujo mandato expira em 20 de julho, mas que tiveram suas operações suspensas há uma semana. Mood se disse "longe de estar convencido" de que um número maior de observadores ou de que uma decisão de armar os observadores modifique a situação.
Annan manifestou o seu desejo de ver o Irã, aliado de Damasco, participar de uma próxima reunião sobre a Síria e pediu que a comunidade internacional aumente a pressão sobre as partes envolvidas no conflito.
Ele explicou que não podia dizer se esta conferência será realizada no dia 30 de junho em Genebra, como haviam indicado França e Suíça. Várias capitais, incluindo Paris, se recusaram até o momento a associar o Irã às conferências sobre a Síria, como propõe a Rússia.
Em Moscou, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, cujo país é um grande aliado do governo sírio, afirmou ter dito a seu homólogo sírio Walid Mouallem que Damasco deve fazer "muito mais" esforços para pôr em prática o plano Annan.
Ocidentais e russos travam uma batalha diplomática em torno da questão síria, com os primeiros exigindo a saída de Assad e sanções na ONU para forçá-lo a aplicar o plano Annan e com os outros rejeitando qualquer ingerência externa nesse país.
O presidente russo, Vladimir Putin, deve visitar na próxima semana Israel e en Jordânia para defender sua posição nas crises da região.