O momento da alegação da defesa provocou um episódio desconcertante. O advogado pediu a pena "mais clemente possível", mas aparentemente esqueceu de solicitar formalmente a absolvição, o que gerou uma forte reação de Breivik. Assim, apenas depois de uma pergunta da juíza Wenche Elizabeth Arntzen, o advogado confirmou o pedido de "absolvição".
Durante o julgamento, o extremista considerou as mortes "atrozes, mas necessárias" para proteger a Noruega do multiculturalismo e da "invasão muçulmana". Por isto, apesar de ter reconhecido os fatos, se recusou a declarar-se culpado. Mas o que Breivik mais deseja é ser declarado penalmente responsável, para que sua ideologia não se veja invalidada por uma patologia mental. Em um primeiro diagnóstico, ele foi declarado psicótico, mas um segundo relatório o considerou penalmente responsável.
Nesta sexta-feira, após seis semanas de julgamento, a defesa tentou explicar ponto a ponto a primeira avaliação psicológica, que concluiu que o acusado sofria de "esquizofrenia paranoide". Lippestad destacou que os pontos de vista extremistas de seu cliente não eram as ideias delirantes sintomáticas de uma doença - como afirmava o primeiro informe -, e sim a expressão de uma ideologia compartilhada por outros.
Segundo o advogado, Breivik desencadeou em Utoya "um inferno de violência" não por prazer, como alguns psiquiatras deram a entender, e sim por convicção ideológica. Na quinta-feira, a promotoria solicitou a internação psiquiátrica de Breivik, por considerar que existem dúvidas suficientes sobre sua saúde mental.