Genebra - O relator especial da ONU para execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias em zonas de conflito, expressou nesta terça-feira (19/6) sua "preocupação" com as execuções deliberadas cometidas pelos Estados Unidos, em um documento apresentado ao Conselho de Direitos Humanos, reunido em Genebra.
"Estas práticas de assassinatos", são "motivo de preocupação e podem criar precedentes perigosos", indicou o relator Christof Heyns. Ele cita casos em Iraque, Afeganistão, Paquistão, Iêmen e Somália.
Também relatou casos de ataques noturnos realizados pelos militares dos Estados Unidos no Afeganistão, que visaram à captura de talibãs, mas que muitas vezes acabaram em execuções sumárias.
"Em fevereiro de 2011, um relatório revelou 600 mortes em três meses após estes tipos de ataques", afirmou Heyns.
[SAIBAMAIS]Os mortos também são muitos durante os ataques aéreos e aqueles efetuados por drones. Foi assim que, em um ataque com mísseis a Abyan, sul do Iêmen, em dezembro de 2009, 41 pessoas foram mortas, incluindo 14 mulheres e 21 crianças. O uso de armas americanas na ação foi confirmado, mas o Departamento de Defesa não se pronunciou sobre o caso, acrescentou o relator.
"O governo dos Estados Unidos deve esclarecer os procedimentos seguidos para assegurar que todos os ataques direcionados estejam em conformidade com o direito internacional Humanitário e os direitos Humanos", ressaltou Heyns.
O governo americano também deve indicar quais medidas irá tomar para evitar tais práticas e lançar investigações públicas, após alegações de violações dos direitos Humanos.