O Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana, presidido por Mursi, declarou em sua conta no Twitter que ele tinha sido "o primeiro presidente eleito pelo povo". De acordo com a sua equipe de campanha, Mursi obteve 52% dos votos contra 48% para Shafiq, um número ainda não oficial, mas confirmado pela televisão estatal.
Mursi está empenhado em trabalhar "juntamente com os egípcios para um futuro melhor, pela liberdade, democracia e paz". Ele também prometeu "servir a todos os egípcios" independentemente da sua política ou religião. O anúncio desta vitória foi imediatamente rejeitado pela equipe de Shafiq, um general aposentado considerado o candidato dos militares. "É um ato de pirataria reivindicar uma vitória usando números completamente errados", declarou à imprensa Ahmed Sarhan, um dos membros da equipe de Shafiq, que obteve, segundo ele, de 51 a 52% dos votos.
Os resultados oficiais devem ser anunciados na quinta-feira (21/6) pela Comissão eleitoral.
Tensões e incertezas
Estas tensões e incertezas políticas refletiram na Bolsa do Cairo, que perdeu 3,42% pontos em seu fechamento.
Os Estados Unidos manifestaram nesta segunda-feira (18/6) a sua "profunda preocupação" com os poderes assumidos pela junta militar egípcia. Washington espera que o CSFA transfira "todo o poder para um governo civil democraticamente eleito, como o CSFA havia anunciado anteriormente", declarou o porta-voz do Ministério americano da Defesa, George Little.
A União Europeia saudou, por sua vez, "a principal etapa" da eleição presidencial no Egito, mas pediu respeito à transição democrática e considerou que a situação institucional e legal deve ser "esclarecida o mais rápido possível após a Declaração do Exército."
Esta Declaração estipula também que o CSFA mantém o poder sobre "tudo o que se refere às Forças Armadas" e concede às Forças Armadas um direito de veto sobre qualquer artigo da futura Constituição que considerar "contrário aos interesses supremos do país".