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Atentados no noroeste do Paquistão deixam 32 mortos

Paquistão - Trinta e duas pessoas morreram neste sábado em dois atentados no noroeste do Paquistão, reduto dos rebeldes talibãs e de seus aliados da Al-Qaeda, segundo um novo relatório das autoridades locais. No primeiro atentado, a explosão ocorreu no principal mercado de Landi Kotal, no distrito tribal de Khyber, na fronteira com o Afeganistão, afirmaram as fontes.

"O total de mortos é de 25", causados pela explosão, afirmou à AFP o administrador local Mutahir Zeb, acrescentando que mais de 50 pessoas ficaram feridas, algumas com gravidade. Zeb disse que havia 18 corpos no hospital de Landi Kotal enquanto sete vítimas morreram quando eram levadas a hospitais de Peshawar, a principal cidade da província de Khyber Pakhtunkhwa.

Entre os mortos, estão três crianças de nove, 10 e 12 anos, acrescentou. O mecânico Sajidullah Khan, que ficou ferido na perda, braços e rosto, disse à AFP: "eu estava trabalhando quando ouvi uma enorme explosão. Apaguei na hora e acordei no hospital".

Shakoor Jan, eletricista, disse que estava sentado em sua loja quando a explosão atingiu a área. "Houve incêndio em vários estabelecimentos", afirmou. Mais tarde, seis agentes e um civil morreram na cidade de Kohat, também no noroeste do Paquistão, vítimas de uma bomba colocada junto a uma estrada e que tinha por objetivo um carro da polícia.

Os atentados não foram reivindicados até o momento, mas os insurgentes islâmicos realizaram vários ataques na região. Arshad Khan, administrador local, disse que a explosão aparentemente tinha como alvo membros da tribo pró-governo Zakha Khel, que se opõe ao líder dos insurgentes locais, Mangal Bagh.

O grupo de Bagh tem ligações com militantes islâmicos e gangues criminosas. Seis lojas foram atingidas na explosão, que também destruiu ao menos seis veículos. Nos últimos cinco anos, os ataques atribuídos a insurgentes islâmicos mataram mais de 5.000 pessoas, segundo uma contagem da AFP.

Autoridades americanas consideram a região tribal semiautônoma do país um ambiente propício para a Al-Qaeda, com insurgentes atuando na fronteira entre Paquistão e Afeganistão.