Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reafirmou nesta quarta-feira (13/6) o firme apoio do Reino Unido à população das Malvinas, estimando construir um futuro, apesar das "agressivas ameaças" da Argentina, nos 30 anos do fim da guerra entre os dois países.
Cameron disse que o aniversário da rendição argentina, após um sangrento conflito de 74 dias, oferecia uma oportunidade para lembrar a "todos" os que morreram no campo de batalha, e para olhar para o futuro destas ilhas, sob controle britânico desde 1833 e reivindicadas pela nação sul-americana.
"Nossa determinação em apoiar os habitantes das ilhas Malvinas não esmoreceu nos últimos 30 anos, e isso não acontecerá nos próximos anos", prometeu Cameron em um comunicado.
"Nos últimos 180 anos, dez gerações chamaram as ilhas Malvinas de casa e se esforçaram para garantir um futuro próspero para seus filhos. E apesar das agressivas ameaças do outro lado do mar, estão conseguindo", acrescentou, em uma clara referência à Argentina, que não foi citada nenhuma vez no comunicado.
Dois dias depois de o governo autônomo das Malvinas anunciar que realizará um referendo em 2013 para que os 3.000 habitantes das ilhas se pronunciem sobre sua soberania, Cameron considerou que esta consulta "estabelecerá a escolha definitiva dos insulanos".[SAIBAMAIS]
O primeiro-ministro britânico homenageou especialmente os 255 britânicos que morreram durante o conflito, que aconteceu entre 2 de abril e 14 de junho de 1982, quando também morreram 649 argentinos e três insulanos.
"É um momento para prestar um tributo aos 255 militares britânicos que pagaram o preço supremo para que as pessoas das ilhas Malvinas pudessem viver em paz e em liberdade", disse.
"É um momento para expressar nossa enorme dívida de gratidão a todos os militares que mostraram um valor incrível para retomar as ilhas", acrescentou.
Coincidindo com este aniversário, a presidente argentina, Cristina Kirchner, que continua com sua ofensiva diplomática para conseguir apoio na disputa com o Reino Unido, levará pessoalmente sua reivindicação ao Comitê de Descolonização da ONU em Nova York, organismo que pede diálogo, regularmente, aos dois países.
Os últimos meses foram marcados por uma escalada verbal entre ambos os países e denúncias argentinas de uma "militarização" britânica da zona do Atlântico Sul e da exploração petrolífera nas Malvinas.