"Os jovens das zonas de conflito estão fascinados com esta série. Identificam-se com o personagem de Pablo", explicou por telefone à AFP o padre Juan Carlos Velásquez, que trabalha na ressocialização de jovens delinquentes. "Até que uma jovem se aproximou de mim e me perguntou: ;padre, como Escobar era bom, né?;, relatou.
A influência da televisão
"O Chefe do Mal" baseia-se no livro-reportagem "A Parábola de Pablo" (2001) de Alonso Salazar, que elogiou o fato de a série adentrar nas contradições de Escobar. "Nunca acreditei que as séries decidem o que acontece em uma sociedade, nem que os jovens serão delinquentes por assisti-las", disse Salazar à AFP, prefeito de Medellín entre 2008 e 2011.
Diferentemente de outros países afetados, a televisão colombiana já abordou problemas sociais espinhosos derivados do narcotráfico, como na série "Sin tetas no hay paraíso" (2006), e agora acredita ser necessário apontar os responsáveis.
"O que é grave não é o fato de contarmos essa história", diz a produtora Juana Uribe. "O que é grave é que isso tenha acontecido e que corremos o risco de voltar a acontecer".