Bagdá - O Iraque iniciou nesta quarta-feira (30/5) o leilão de 12 blocos de exploração de petróleo e gás em uma tentativa de aumentar sua produção de hidrocarbonetos para financiar sua produção de gás natural, mas o primeiro dia terminou com resultados decepcionantes, uma vez que apenas um bloco foi alocado.
Este é o quarto leilão deste tipo e a quarta desde 2009 e 47 companhias estrangeiras foram pré-selecionadas para participar da atribuição destes 12 blocos, sete para gás e cinco para petróleo.
"O principal objetivo desse leilão é aumentar as reservas para entrarmos na indústria do gás natural", explicou à AFP o ministro de Petróleo, Abdel Karim al Luaybi.
Diferentemente das três anteriores, que tentavam reforçar a produção nos campos existentes, o leilão de agora é para explorações.
A proposta é de que o investidor explorará o território concedido e, se encontrar hidrocarbonetos, se encarregará posteriormente de desenvolver a região.
Contudo, a primeira das sessões previstas foi concluída nesta quarta-feira com um resultado decepcionante para o governo, já que só foi leiloado um bloco dos seis propostos e muitos deles nem mesmo receberam nenhuma oferta.
Apenas o bloco 9, um território de 900 km2 no sul do país que pode conter petróleo foi vendido a um consórcio de três empresas: Kuwait Energia (40%), o grupo turco TPAO (30%) e Dragão Oil, dos Emirados Árabes (30%).
Outros quatro, os números 2, 6, 11 e 1 não receberam nenhuma oferta. E quanto ao 12, só despertou uma oferta, que foi rejeitada por ser muito baixa. Os blocos não atribuídos voltarão a ser leiloados na quinta-feira.
"Creio que foi uma decepção para o Ministério do Petróleo, mas isso deve dar-lhe uma oportunidade de repensar os termos e o modelo do que foi proposto", considera a especialista Ruba Husari, que dirige o portal especializado Iraq Oil Forum.
"A exploração é muito arriscada e ninguém irá apostar grandes quantidades em algo que não seja garantido recuperar o que foi investido", disse.
Além disso, os consórcios vencedores têm que aceitar uma remuneração fixa pela exploração ao invés de compartilhar a produção, como preferem as grandes multinacionais.
O petróleo é capital para o Iraque, pois representa 90% dos ingressos e dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que conta principalmente com isso para financiar sua reconstrução após décadas de guerra e sanções internacionais, e com a maior parte da população na pobreza.
O Iraque produz atualmente 3 milhões de barris de petróleo diários (mbd), dos quais exporta 2,4 milhões, disse o ministro Luaybi, que pretende passar este ano a 3,4 mbd e 2,6 mbd, respectivamente.
O gás, que o Iraque tem reservas consideráveis (estimadas em 3,2 bilhões de metros cúbicos), está destinado a alimentar a produção de eletricidade, muito deficiente no país.