A província de Espinar, que pertence à região de Cusco, no Sul do Peru, ficará sob estado de emergência por 30 dias. A decisão foi anunciada pelo ministro do Interior do país, Wilver Calle, devido à onda de protestos que causou duas mortes de civis e mais de 50 feridos, inclusive 30 policiais. Os líderes do movimento prometem uma semana de manifestações até que as autoridades peruanas atendam suas reivindicações.
[SAIBAMAIS]
As manifestações são promovidas por trabalhadores de minas e moradores da região, que acusam a empresa suíça Xstrata (uma das maiores exploradoras de cobre no mundo) de poluir os rios que abastecem as províncias em torno de Cusco. Os manifestantes alegam que a mina de cobre de Tinaya, propriedade da Xstrata, está contaminando os rios das proximidades, e exigem um estudo ambiental.
O presidente da Assembleia Nacional de Governos Regionais, Cesar Villanueva, pediu às autoridades de Espinar um esforço para tentar o diálogo com os manifestantes e negociar de forma pacífica o fim dos protestos. "Devemos manter a calma no país. Todos nós temos que resolver as coisas por meio do diálogo, pois as medidas de força não dão resultados e ferem a população", alertou o parlamentar. Ele lembrou que a mineração, quando feita com os cuidados e a tecnologia adequados, é ;excelente opção;.
Paralelamente, na mesma região do Sul do país, mas na província de Cajamarca, é esperada uma manifestação em busca da paz. Os organizadores do evento querem reunir cerca de 20 mil pessoas, incluindo moradores das cidades de Jaen, Chota e Hualgayoc. Universitários e professores lideram o movimento na tentativa de evitar o agravamento da situação de violência na área. Luis Guerrero, ex-prefeito de Cajamarca e líder da Frente Regional Independente, disse que as pessoas não querem mais greves e violência. Segundo ele, é preciso reagir aos abusos, mas sem promover a violência.