Santiago - O Chile declarou alerta sanitário em uma região onde 500 mil porcos, abandonados por uma empresa de abate, morriam em massa até que as autoridades intervieram nesta terça-feira (22/5).
O ministro da Saúde chileno, Jaime Manalich, visitou a fábrica em Freirina, 800 km ao norte de Santiago, na região do Atacama, e disse que sem alimento, água e cuidados os porcos começaram a morrer.
O incidente teve início quando os residentes de Freirina, irritados com o forte odor dos suínos vindo da fábrica, realizaram um protesto que acabou em confronto na quinta-feira passada. Os manifestantes colocaram fogo em dois carros de polícia e 23 pessoas foram presas. Os moradores interromperam o tráfego nas estradas que levam à região e os trabalhadores da fábrica foram impedidos de entrar no local.
"Por conta da interrupção no tráfego das vias desde quinta-feira, os animais pararam de receber comida, não há saneamento e o esterco que produzem não está sendo removido. Acreditamos que há uma alta mortalidade entre os animais, principalmente entre os filhotes", disse Manalich.
Autoridades declararam alerta sanitário na área e fecharam a fábrica, cujo dono é a empresa Agrosuper. No entanto, na noite desta terça-feira (22/5), Manalich entrou em acordo com os manifestantes para acabar com o bloqueio das estradas e permitir que os trabalhadores da Agrosuper entrem na fábrica para alimentar os suínos.
O esterco lotou a unidade de tratamento da fábrica, e alguns animais fugiram enquanto outros morreram, afirmou o ministro à imprensa local. O excesso de esterco pode contaminar a água potável da região "e representar sério risco à população", afirmou Manalich.
Manalich disse que os diretores concordaram em fechar a fábrica temporariamente. Os empresários afirmaram estar cientes dos problemas do sistema de ventilação, o que espalhou os odores.