Montreal - Milhares de pessoas se reuniram nesta terça-feira (22/5) no centro de Montreal para realizar uma manifestação que marca o centésimo dia de um conflito estudantil em Quebec, no sudeste do Canadá, observou um jornalista da AFP.
Em meio a um ambiente alegre e tranquilo, os manifestantes, em sua maioria estudantes e sindicalistas, acompanhados de pessoas de outros setores da sociedade, buscam denunciar a lei especial adotada na sexta-feira (18/5) pelo governo de Quebec, que restringe o direito de manifestação.
O texto proíbe qualquer aglomeração a menos de 50 metros das universidades e estipula que uma manifestação de mais de dez pessoas não pode ser realizada se os organizadores não informarem à polícia com "pelo menos 8 horas de antecedência", prevendo multas pesadas para os que não respeitarem as novas regras.
"Lamentamos que o governo do (primeiro-ministro quebequense Jean) Charest tenha escolhido o caminho da repressão em vez da via da negociação", disse um dos dirigentes estudantis, Léo Bureau-Blouin.
"Para garantirmos que as pessoas possam se manifestar de forma totalmente legal (...), informamos o trajeto (à polícia) e pedimos que as pessoas que nos seguem o respeitem para permitir que os cidadãos se manifestem em total segurança", acrescentou.
A nova legislação foi imposta na décima quarta semana de greve e de manifestações de 165 mil estudantes de Quebec - que protestam contra o aumento de preço do ensino -, pontuadas por alguns incidentes violentos.
A última versão da reforma educativa que o governo pretende instaurar prevê um aumento de 82% da matrícula universitária em sete anos. Isso faria os preços aumentarem de 1.780 dólares para 4.000 dólares por ano.