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Ex-deputado refém das Farc é preso e acusado de cumplicidade com captores

O ex-deputado colombiano Sigifredo López passou de herói a bandido em algumas horas. Único sobrevivente de um sequestro praticado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2002, López é agora apontado como cúmplice dos guerrilheiros na operação. A Prouradoria-Geral pediu a prisão preventiva do ex-parlamentar e tem três dias úteis para interrogá-lo e esclarecer o que aconteceu no período. A possibilidade do envolvimento de López na captura de 12 deputados departamentais, em Cali, chocou os colombianos e gerou uma enxurrada de versões sobre o crime. Os outros 11 reféns foram fuzilados pelos rebeldes em um incidente até hoje não esclarecido.

A procuradoria decretou a prisão de Sigifredo López, do Partido Liberal, na noite de quarta-feira. Agentes o buscaram em sua casa, em Cali, no sudoeste do país, e o levaram para Bogotá. Uma das provas contra o ex-deputado é um vídeo encontrado no computador de Alfonso Cano, comandante máximo das Farc até ser abatido pelo exército, no fim do ano passado ; na época do sequestro, Cano chefiava a guerrilha na região de Cali. Na gravação, um homem cujo rosto não aparece é visto em conversas com rebeldes. Esse homem seria López, que, segundo acredita a promotoria, teria passado informações sobre o funcionamento da assembleia do departamento de Valle del Cauca. A emissora de rádio Caracol informou que haveria outras 20 provas contra o ex-parlamentar, incluindo gravações de conversas telefônicas.