Bogotá - Colombianos concentraram-se nesta quarta-feira (16/5) no local do atentado com explosivos que deixou dois mortos na véspera, para exigir que esses atos violentos não se repitam.
"Estamos aqui para pedir a paz na Colômbia. Uma paz justa e duradoura. Caso contrário, vamos continuar presos no mesmo jogo das últimas décadas", disse Álvaro Ninco, de 18 anos, envolvido em uma bandeira da Colômbia.
"Estas manifestações precisam ocorrer o tempo todo", completou.
Acompanhados da música de um guitarrista e dois trompetistas, dezenas de pessoas levantaram lenços brancos em sinal de paz e gritaram lemas pacifistas como "Mais vida, zero mortes".
Diante das perguntas da imprensa, alguns manifestantes alertavam sobre uma crescente deterioração da segurança no país enquanto outros apontaram possíveis motivos para o atentado, como uma suposta sabotagem a um eventual processo de paz com as guerrilhas.
"Lamentavelmente, quando avistamos uma negociação de paz, os extremos tentam impedir, e este ato demonstra que estão ativos e querem continuar em guerra", declarou Luis Emil Sanabria, diretor da ONG Rede Nacional de Iniciativas pela Paz e Contra a Guerra (Redepaz).
A concentração foi convocada por várias organizações civis e mais gente foi aparecendo durante o protesto.
Os manifestantes dedicaram vários minutos de silêncio em solidariedade às duas vítimas fatais do ataque - seguranças que acompanhavam o ex-ministro colombiano Fernando Londoño em seu veículo blindado - e cerca de 40 feridos.
Do outro lado da rua, operários colocavam vidros novos nos edifícios atingidos pela explosão, na Avenida Caracas, uma das principais de Bogotá, no cruzamento com a rua 74.
Horas depois do atentado, a Câmara de Representantes colombiana aprovou um marco legal para um eventual processo de paz com as guerrilhas e outros grupos armados, protagonistas de um conflito interno que atingiu a Colômbia por quase meio século, que deve passar agora à votação no Senado.