Beirute - Ao menos 26 pessoas morreram nesta quarta-feira (16/5) em combates em várias províncias da Síria e em Deraa, no sul, onde foi registrada uma violenta repressão por parte das tropas governamentais, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Entre as vítimas também estão 15 civis executados de forma sumária pelas forças do regime sírio durante um ataque ao bairro Shammas em Homs, indicou o OSDH. Na localidade de Khan Cheikhoun, em Idleb, cinco pessoas, entre elas uma criança, morreram vítimas da artilharia pesada do Exército, que bombardeou a cidade, informou esta organização, com sede em Londres.
[SAIBAMAIS]Segundo Abu Hamman, um rebelde da região de Idleb, seis observadores de Brasil, Iêmen, Bangladesh, Dinamarca, Marrocos e Holanda foram evacuados da cidade nas últimas horas. Seu veículo foi atingido pela explosão. A oposição síria acusou o regime do ataque contra a ONU. Os observadores "nos perguntaram se podíamos levá-los a um local seguro fora de Khan Cheikhoun, mas não era possível porque a cidade estava cercada pelas tropas do regime", indicou Abu Hamman.
Em Deraa, segundo o OSDH, as tropas do governo atiraram com metralhadoras pesadas contra um acampamento de refugiados palestinos e de deslocados sírios das Colinas de Golã, ocupadas e anexadas por Israel. Quatro pessoas, uma delas um menino, morreram, disse o OSDH.
Nesta quarta-feira, o presidente sírio, Bashar al-Assad, considerou que as eleições legislativas de 7 de maio mostraram que a maioria dos sírios apoia seu regime e a política de reformas de seu governo, em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira por uma rede de televisão russa.
Para Assad, o resultado das eleições mostrou que o povo sírio "segue apoiando a política de reformas" e "as instituições do Estado", disse Assad ao canal público Rossia 24. O regime anunciou uma taxa de participação de 51,26%, mas não informou os resultados dos partidos nestas eleições. A oposição e os países ocidentais taxaram as eleições de "farsa".
Após 15 meses de revolta, os combates entre forças governamentais e rebeldes se multiplicam e a repressão continua sendo muito severa. No país há mais de 200 observadores da ONU, encarregados de vigiar uma trégua que é violada todos os dias desde sua teórica entrada em vigor, há mais de um mês. Calcula-se que mais de 12 mil pessoas morreram de forma violenta na Síria desde o início da rebelião, a maioria deles civis.