Índia - O petroleiro Exxon Valdez, que se envolveu em um enorme vazamento na costa do Alasca, em 1989, um dos maiores acidentes ambientais da história, foi proibido de ingressar na Índia, onde deveria ser desmanchado, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira (9/5).
A junta marítima de Gujarat informou ter recusado dar permissão ao navio, rebatizado como Oriental Nicety, para atracar no estado após a Suprema Corte de Nova Délhi ter pedido garantias por medo de contaminação.
"A permissão não foi dada", disse um oficial da junta em Ahmedabad, principal cidade de Gujarat, sob a condição de manter sua identidade preservada. Segundo ele, o navio já estava em águas indianas.
Uma empresa indiana especializada no desmonte de navios tinha adquirido o petroleiro recentemente a fim de desmanchá-lo no estaleiro de Alang, em Gujarat, na costa oeste do país.
Ambientalistas solicitaram à Suprema Corte que obtivesse informações de se o navio estava livre de qualquer material tóxico, de acordo com o Tratado da ONU de Basileia, que rege a gestão de lixo perigoso.
"O navio não pode entrar em nenhum porto indiano se não estiver de acordo com a convenção da ONU sobre transporte transfronteiriço de dejetos perigosos e seu manejo", afirmou à Gopal Krishna, da organização Toxics Watch Alliance.
"É uma ordem de referência da Suprema Corte", acrescentou.
A corte se dirigiu ao governo para informá-lo que "medidas foram tomadas para evitar que o navio atraque em quaisquer portos na Índia, sem acompanhar as condições indicadas na Convenção da Basileia".
A Convenção da Basileia, que foi firmada pela Índia, rege o transporte internacional de dejetos perigosos e foi criada para evitar o descarte de lixo nos países em desenvolvimento.
O Exxon Valdez liberou cerca de 40 milhões de litros de petróleo no Canal Príncipe William, no Alasca, poluindo 1.300 km de costa.
Segundo a Universidade do Alasca, apenas um quarto da vida marinha sobreviveu à catástrofe.