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Uma bósnia muçulmana se declara culpada por execuções durante a guerra

Sarajevo - Uma ex-militar muçulmana da Bósnia se declarou culpada nesta sexta-feira (27/4) de participar na execução de civis e prisioneiros de guerra croatas durante a guerra intercomunitária da Bósnia (1992-95) e deve ser a primeira mulher condenada ante a justiça local por crimes de guerra.

"Quero expressar um profundo arrependimento por ter participado nessas execuções", afirmou Rasema Handanovic, de 39 anos, ante o Tribunal Bónio para os Crimes de Guerra em Sarajevo.

"Também quero expressar minhas condolências às famílias das vítimas. Eu sinto muito", acrescentou durante a última audiência do procedimento, antes da setença ser declarada na próxima segunda-feira.

Handanovic foi indiciada por ter participado na execução de três civis e três militares croatas que se renderam às forças muçulmanas.

Estes crimes aconteceram em 16 de abril de 1993 - quando ela tinha então 21 anos - no povoado de Trusina, sul da Bósnia. No total, 18 civis e quatro prisioneiros militares croatas morreram, segundo a promotoria.

Handanovic imigrou para os Estados Unidos depois da guerra da Bósnia e possui nacionalidade americana e bósnia. Foi extraditada dos Estados Unidos em dezembro de 2011.

O tribunal aceitou um acordo entre a acusada e a promotoria, que reclamou uma pena reduzida, entre 5 e 6 anos de prisão, porque Handanovic se declarou culpada e se comprometeu em testemunhar em outros julgamentos por crimes de guerra.