Bissau - Manuel Serifo Nhamadjo, candidato eliminado no primeiro turno das eleições presidenciais, foi nomeado nesta quinta-feira (19/4) presidente de transição da Guiné-Bissau, após um acordo entre golpistas e os principais partidos da antiga oposição, informou um comunicado oficial conjunto.
Braima Sori Djalo, segundo do principal partido de oposição, o Partido da Renovação Social (PRS), foi nomeado presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), completou o comunicado assinado pelo Comando militar e "os partidos políticos".
O CNT é um novo órgão legislativo encarregado de administrar o processo de transição depois do golpe de Estado de 12 de abril, criado em meio a um acordo assinado na quarta-feira entre a junta e a antiga oposição.
Este acordo prevê que a transição termine pela organização de eleições presidenciais e legislativas em um prazo máximo de dois anos.
Os dois foram escolhidos por "consenso" pelo Comando militar e os partidos políticos, afirmou à AFP um porta-voz dos partidos políticos.
Terceiro no primeiro turno das eleições presidenciais de 18 de março, Serifo Nhamadjo, de 54 anos, é um dissidente do antigo partido governista, o Partido Africano pela Independência de Guiné e de Cabo Verde (PAIGC), do ex-premiê Carlos Gomes Junior.
Gomes Junior, vencedor do primeiro turno, foi detido pelos golpistas e continua preso.
Serifo Nhamadjo era até o golpe, que dissolveu as instituições, presidente interino da Assembleia Nacional.
Uma semana depois do golpe, o exército da Guiné-Bissau ordenou na quinta-feira a reabertura das fronteiras com o objetivo de retornar à normalidade.
Por sua vez, em Nova York, os países de língua portuguesa pediram nesta quinta-feira ao Conselho de Segurança da ONU o envio de uma "força para a manutenção da paz" na Guiné-Bissau.