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Onda de protestos pró-democracia toma Bahrein antes do Grande Prêmio de F1

Dubai - O governo do Bahrein prendeu cerca de 80 ativistas pró-democracia em uma tentativa de reprimir protestos antes do Grande Prêmio de Fórmula 1, marcado para este fim de semana, informou nesta quarta-feira (18/4) um grupo de defesa dos direitos humanos.

"Cerca de 80 pessoas de várias cidades próximas (à capital) Manama foram presas desde 14 de abril", afirmou à AFP o presidente da Sociedade de Jovens para os Direitos Humanos, Mohammed Maskati, acrescentando que "as prisões em massa são uma medida preventiva" promovida pelas autoridades.

Ele disse que a maior parte dos presos é de "líderes dos protestos", que têm organizado manifestações quase diárias contra o governo nas cidades xiitas do reino.

As prisões ocorreram depois que as autoridades reforçaram a segurança em torno de vilas xiitas e no caminho que leva ao circuito Sakhir, onde a corrida ocorrerá no domingo, afirmaram testemunhas.

A tensão aumentou no reino que é palco de uma série de protestos antes da controversa corrida de Fórmula 1, enquanto a oposição e jovens ativistas capitalizam a atenção mundial para o Bahrein, que enfrenta mais de um ano de crise política.

Nesta quarta-feira, dezenas de manifestantes reuniram-se no vilarejo xiita de Sanabis carregando cartazes que exigiam a saída da dinastia Khalifa.

"Fora Hamad" podia ser lido em um cartaz em referência ao rei Hamad Ben Issa al-Kalifa. "As pessoas querem a queda do regime", podia ser lido em outro, ecoando uma frase comum utilizada no ano passado durante os protestos da Primavera Árabe.

Protestos semelhantes também ocorreram na terça-feira, com centenas de pessoas pedindo o boicote da corrida, em uma manifestação ocorrida perto do Aeroporto Internacional do Bahrein, enquanto as equipes de F1 começavam a chegar ao reino sunita.

"Nossa exigência: liberdade, não F1", podia ser lido em outro. "Somos humanos sem direitos", dizia outro.

Em meados de fevereiro de 2011, ativistas pró-democracia do Bahrein, inspirados pelas resoluções da Primavera Árabe no Egito e na Tunísia, ocuparam as ruas de Manama, exigindo reformas políticas e mais representatividade no governo.

Um mês depois, o governo reprimiu brutalmente as manifestações e destruiu seu símbolo, um grande monumento na principal praça de Manama, a Pérola.

Apesar de o número de protestos ter caído logo depois da repressão, eles vêm sendo retomados nos últimos meses.