Jerusalém - O mufti do Egito, Ali Goumaa, visitou nesta quarta-feira (18/4), na companhia do príncipe jordaniano Ghazi ben Mohammad, a mesquita Al-Aqsa em Jerusalém Oriental ocupada e anexada por Israel, declarou à AFP o diretor local do Waqf, instituição de bens religiosos muçulmanos, xeque Azzam al-Khatib.
"O príncipe Ghazi ben Mohammad, representando os assessores de Sua Alteza, o rei Abdullah (da Jordânia), para questões religiosas, e o mufti do Egito, Ali Goumaa, vieram para uma visita religiosa à mesquita Al-Aqsa", afirmou o xeque Khatib. "Eles também visitaram o Santo Sepulcro e o Patriarcado greco-ortodoxo", acrescentou.
O tratado de paz assinado entre a Jordânia e Israel em 1994 estipula a responsabilidade da Jordânia na administração de locais sagrados muçulmanos em Jerusalém Oriental. O reino hachemita é tradicionalmente o guardião das mesquitas de Al-Aqsa e do Domo da Rocha, que ele mantém em coordenação com a Autoridade Palestina.
O Egito e a Jordânia são os únicos dois países árabes a terem assinado um tratado de paz com Israel, mas a questão das visitas a Jerusalém Oriental ocupada e anexada desde 1967 permanece problemática, em particular para os movimentos islamitas, mas não exclusivamente.
A Igreja Copta Ortodoxa do Egito lembrou no dia 14 de abril que seus fiéis ainda estavam proibidos de ir a Jerusalém, após a morte do patriarca Shenouda III, que havia instaurado essa regra, em reação às visitas de centenas de cristãos egípcios à Terra Santa em ocasião da celebração da Páscoa.
Em 2009, o ministro egípcio de Bens Religiosos na época, Mohammed Hamdi Zaqzouq, havia pedido que os muçulmanos fossem em peregrinação a Jerusalém e à mesquita Al-Aqsa em centenas de milhares todos os anos, para que dissessem ao mundo inteiro que Jerusalém é uma questão de todos os muçulmanos. Ele havia lamentado que essas afirmações tivessem rendido a ele "acusações de normalização" com Israel.
Israel proclamou Jerusalém sua capital "eterna e indivisível", enquanto os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental, cuja anexação não é reconhecida pela comunidade internacional, a capital do Estado que pretendem formar.