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Comissão eleitoral do Egito exclui dez candidatos da disputa à presidência

Cairo - A comissão eleitoral egípcia confirmou nesta terça-feira (17/4) sua decisão de excluir dez candidatos à votação presidencial de maio próximo, eliminando o ex-vice-presidente Omar Suleiman e os islamitas Jairat al Shater e Hazem Abu Ismail.

"A comissão rejeitou todas as apelações apresentadas pelos dez (candidatos) descartados", entre os 23 que apresentaram candidatura, destacou a agência oficial MENA.

Seguem na disputa o ex-chefe da Liga Árabe Amr Musa, o ex-membro dos Irmãos Muçulmanos Abdelmoneim Abul Futuh e Ahmad Shafiq, último chefe de governo de Hosni Mubarak.

A decisão de eliminar os dez candidatos modifica significativamente a paisagem política no Egito, a cinco semanas do primeiro turno das presidenciais, previsto para os dias 23 e 24 de maio.

Os Irmãos Muçulmanos anteciparam a decisão e apresentaram um candidato alternativo, o presidente do Partido da Liberdade e Justiça, Mohamed Morsi, que representará a maior força política do país.

A candidatura do rico empresário Jairat al Shater foi rejeitada porque esteve preso até março de 2011 e a lei estipula que todo condenado à prisão deve esperar seis anos a partir do fim de sua pena ou da data de seu perdão para recuperar os direitos políticos.

Al Shater reagiu pedindo aos egípcios que "ocupem as ruas para proteger a revolução, que enfrenta um grande perigo", e que "lutem contra qualquer fraude ou compra de votos que estão preparando".

Omar Suleiman, chefe dos serviços secretos no regime do presidente Hosni Mubarak, teve sua candidatura rejeitada por não apresentar as assinaturas de eleitores de 15 províncias, como exige a lei.

Abu Ismail não pode ser candidato pela nacionalidade americana de sua mãe. Segundo a lei eleitoral, todo candidato à presidência deve ser egípcio, assim como seus pais e sua esposa.