Cartagena - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (15/4), em Cartagena, que espera que Cuba inicie uma transição democrática, após afirmar que em Havana não há um governo democrático ou o respeito a direitos humanos básicos.
"Tenho a esperança de que comece uma transição em Cuba e posso garantir que o povo americano e eu daremos as boas-vindas ao momento em que o povo cubano puder viver em liberdade, escolher seus líderes e participar de maneira plena desta economia mundial e das instituições internacionais; mas este momento ainda não chegou", afirmou Obama em entrevista coletiva, ao final da Cúpula das Américas.
"Cuba, de modo diverso aos países que participam (da Cúpula das Américas), não avançou para a democracia" e "não respeita ainda direitos humanos básicos", disse Obama ao justificar o veto dos Estados Unidos à presença cubana na próxima reunião hemisférica.
A Cúpula das Américas em Cartagena terminou neste domingo sem declaração final em razão do impasse envolvendo Cuba, já que Estados Unidos e Canadá vetaram a presença de Havana nas futuras reuniões do grupo, contrariando a posição dos demais países.
[SAIBAMAIS]A falta de consenso sobre Cuba e o anúncio da Associação Bolivariana para as Américas (ALBA, integrada por Venezuela, Equador, Bolívia, Nicáragua, Cuba, Antigua e Barbuda e San Vicente e Granadinas) de que não participará de uma próxima cúpula sem a Ilha ameaçam a continuidade desta reunião hemisférica.
O chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu que a insistência dos Estados Unidos em vetar a presença de Cuba vai inviabilizar a Cúpula das Américas, cujo próximo encontro está previsto para o Panamá, em três anos.
"Se não formos capazes de retificar os que pretendem impor seu veto, esta será a última cúpula".
Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1962, e jamais participou de uma Cúpula das Américas. A expulsão foi suspensa pela OEA em 2009, mas Havana rejeitou seu retorno à organização.