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Ex-ditador argentino admite 8 mil mortes no período agudo da guerra suja

O ex-general argentino Jorge Videla, líder do golpe de 1976 e chefe da junta militar até 1979, admitiu pela primeira vez que seu governo matou ;entre sete e oito mil pessoas; e deu sumiço nos corpos, para ;não provocar protestos;. Videla, que comandou o regime no período mais agudo da ;guerra suja;, como veio a ser chamada a perseguição à oposição de esquerda, justificou a eliminação física dos militantes em nome de ;disciplinar uma sociedade anarquizada; e ;ganhar a guerra contra a subversão;, segundo citaram os jornais argentinos Clarín e La Nación.

As revelações foram feitas ao jornalista Ceferino Reato, que foi à prisão entrevistar o ex-ditador para o livro Disposição final: a confissão de Videla sobre os desaparecidos (em tradução livre). Ne entrevista, Videla descreveu de forma detalhada os métodos utilizados na ditadura, endossou o uso da tortura e classificou de ;irrecuperáveis; os opositores que seu governo transformou em números na estatística dos mortos e desaparecidos, segundo o La Nación. O livro de Reato inclui testemunhos de outros chefes militares, além de guerrilheiros, políticos, funcionários e sindicalistas, na tentativa de reconstruir o contexto histórico da ditadura sob o comando de Jorge Videla.