Washington - O pré-candidato à indicação republicana para a eleição presidencial dos EUA, Mitt Romney, acusou em um editorial o presidente americano de "se curvar frente ao Kremlin", depois de um controverso encontro entre Barack Obama e seu homólogo, Dmitri Medvedev.
O editorial com data de terça-feira, publicado na revista Foreign Policy, surge de uma polêmica sobre uma conversa entre os presidentes, que foi revelada graças a um microfone ligado.
Na conversa, Obama pediu a Medvedev uma margem de manobra, em particular sobre o tema do escudo antimíssil europeu.
"É minha última eleição. Depois da minha eleição terei mais flexibilidade", disse Obama.
Os republicanos não demoraram a reagir, criticando o presidente.
No editorial, Romney questiona a afirmação de Obama: "Flexibilidade, para fazer o quê?". "O presidente mencionou a defesa antimíssil com Medvedev como se fosse um tema sobre o qual o Kremlin podia esperar maior flexibilidade. É alarmante", acrescentou.
"A conversa do presidente Obama com Dmitri Medvedev levanta questões não apenas sobre a sua política para a Rússia, mas também sobre toda a sua política externa", acrescentou Romney, ao perguntar se Obama recorreria à mesma flexibilidade com Irã, Cuba ou Venezuela.
A Casa Branca reagiu, afirmando que "a Guerra Fria acabou". O porta-voz adjunto do presidente Barack Obama, Josh Earnest, disse aos jornalistas que "não é necessário ser um especialista em política externa para saber que a Guerra Fria acabou há 20 anos".
"A ironia de tudo isso é que a Rússia, particularmente no caso de Coreia do Norte e do Irã, trabalhava em estreita cooperação com a comunidade internacional para isolar esses dois regimes e encontrar uma solução diplomática para conseguir que esses países respeitem suas obrigações internacionais", completou Earnest.
Na segunda-feira, Romney chamou a Rússia de "inimigo geopolítico número um" dos Estados Unidos, que "tem o papel dos piores atores" políticos no cenário internacional.
Em resposta, Medvedev recomendou que ele utilizasse a cabeça ao falar da Rússia, lembrando que a Guerra Fria já acabou.
"Não é uma coincidência se Medvedev agora passar seu tempo me atacando. Os russos preferem claramente negociar com o atual ocupante da Casa Branca", respondeu em seu editorial Romney.[SAIBAMAIS]