Porto Argentino/Stanley - O governador britânico das Malvinas, Nigel Haywood, afirmou quase 30 anos depois do conflito entre Argentina e a Grã-Bretanha, que não faz sentido negociar enquanto Buenos Aires continuar desafiando o direito dos habitantes da ilha à livre determinação. As Ilhas Malvinas têm uma extensão territorial similar a do Líbano ou Jamaica.
Haywood não descartou a ideia de um referendo local sobre o tema, caso a ONU solicite e se o pleito servir para resolver a questão de uma vez por todas. O governador britânico se mostrou tão confiante com o resultado do referendo que até citou a ideia de permitir que a Argentina distribua panfletos informativos durante a campanha.
O Reino Unido afirma que sempre respeitará a livre determinação dos 3.000 habitantes locais ante a permanente reclamação argentina, que considera que as ilhas foram usurpadas e colonizadas por Londres em 1833. No dia 2 de abril completa 30 anos o desembarque militar argentino nas ilhas Malvinas, que iniciou uma guerra de 74 dias, finalizada em 14 de junho de 1982 com a rendição das forças sul-americanas.
Haywood negou que as recentes medidas argentinas contra as empresas que exploram petróleo em suas águas ou as declarações da presidente argentina Cristina Kirchner sobre não permitir o sobrevoo por seu território do avião que liga as ilhas ao Chile tenha afetado a população local. O governador afirmou que a atual situação é boa porque levou centenas de jornalistas às ilhas, o que permite que a posição local seja ouvida.
A crescente economia das ilhas graças às milionárias permissões de pesca concedidas e a promessa de uma riqueza petroleira em médio prazo tornaram a independência do arquipélago seja uma possibilidade. Mas Haywood disse que "não há sinais disto no futuro próximo e tudo indica que (os habitantes) desejam seguir como um território britânico de ultramar". O governador também rebateu a ideia de que as ilhas estão cada vez mais isoladas no cenário internacional, que em grande parte pede uma instância de negociação entre Grã-Bretanha e Argentina por sua soberania, como indica o Comitê de Descolonização da ONU.