A alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, condenou nesta quarta-feira (28/3) os ataques das autoridades sírias, de forma ;deliberada e sistemática;, a crianças. Segundo ela, há relatos de crianças mortas a tiro e detidas em condições desumanas. De acordo com Pillay, há depoimentos de pessoas que contaram que foi negado o atendimento às crianças feridas. A alta comissária manifestou preocupação com o destino dessas crianças e pediu ao presidente sírio, Bashar Al Assad, para tomar providências. Segundo ela, o presidente sírio terá de responder à Justiça pelos abusos cometidos por suas forças de segurança.
Pillay disse ainda que há provas que indicam que a responsabilidade pelos acontecimentos na Síria é das forças de segurança leais ao governo. Ela acrescentou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas tem informações suficientes para levar a Síria ao Tribunal Penal Internacional. Na terça-feira (27/3) o governo da Síria anunciou aceitar o plano de paz apresentado pelo enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan. Porém, a comunidade internacional está cética.
No último domigo (25/3), a organização não governamental (ONG) Human Rights Watch advertiu que os militares sírios usam escudos humanos nas operações armadas no país. A ONG alertou que os moradores das principais cidades sírias correm risco de morte. As ameaças são maiores nas cidades de Al Janoudyah, Nabl Kafr, Rouma Kafr e Larouz Ayn, na região de Idlib, no Norte do país. A organização quer que a denúncia seja encaminhada ao Tribunal Penal Internacional. De acordo com depoimentos colhidos pela organização, as pessoas são forçadas a marchar em frente ao Exército sírio. Com isso, os militares são protegidos de eventuais tiroteios.