Paris - O canal de notícias Al-Jazeera (Qatar), que recebeu um vídeo dos ataques do atirador francês Mohamed Merah, vai decidir nesta terça-feira (27/3) o que fará com as imagens, se exibirá o vídeo ou não, informou ao canal francês BFM TV o diretor de redação em Paris da emissora Zied Tarrouche. Em nota, a emissora diz não ser um canal sensacionalista, que não procura difundir imagens sem avaliar os riscos e consequências e que por isto a diretoria decidirá em reunião. O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, afirmou que, a título pessoal, prefere que o canal não exiba o vídeo.
Mohamed Merah, francês de origem argelina, de 23 anos, que tinha um histórico de delinquência juvenil, se converteu ao jihadismo, viajou ao Paquistão e Afeganistão e alegava integrar a Al-Qaeda, matou entre 11 e 19 de março três militares, três crianças e um professor de religião nas cidades de Toulouse e Montauban, sudoeste da França.
O atirador foi morto em 22 de março em um tiroteio com a polícia durante uma operação contra o apartamento noa qual estava entrincheirado. Ele filmou os crimes com uma pequena câmera que transportava presa ao corpo. Também nesta terça-feira, o chanceler francês respondeu a ameaça do pai de Merah de processar a França. Na segunda-feira (26/3) à noite, Mohamed Benalel Merah afirmou que entraria na justiça contra o governo da França pela morte do filho. O conselheiro especial do presidente Nicolas Sarkozy, Henri Guaino, considerou "indecente" a intenção do pai de Mohamed Merah.