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Estudantes recordam em Miami o jovem negro assassinado por vigilante

Miami - Estudantes da escola secundária frequentada, em Miami, pelo adolescente negro Trayvon Martin, morto há um mês pelo disparo de um vigilante hispânico, recordaram nesta segunda-feira seu companheiro, vestidos de preto, em sinal de luto, alguns com a foto dele nas mãos.

"Era um rapaz tranquilo, de espírito ;cool; e inteligente", disse à AFP Tarah Dupuy, de 17 anos, uma das colegas de classe de Trayvon, cuja morte mobilizou os Estados Unidos. Os estudantes da escola secundária Dr. Michael M. Krop de Miami, assistiram às aulas nesta segunda-feira vestidos de preto.

Nesta mesma segunda-feira, foram divulgadas nos meios de comunicação informações sobre uma suspensão que o adolescente teria sofrido na escola, supostamente por posse de maconha e roubo de joias.

"Tudo é falso, ele foi suspenso porque chegava tarde", disse Felica Cineas, uma outra colega. "Nada disso tem a ver com o comportamento do vigilante. São mentiras", disse.

Os pais do adolescente, Tracy Martin e Sybrina Fulton, negaram veementemente as acusações, afirmando através de seus advogados que é uma "tentativa de demonizar" o filho.

No dia 26 de fevereiro, Martin, de 17 anos, foi morto por um vigilante voluntário, George Zimmerman, de 28 anos e de origem hispânica, quando caminhava encapuzado em direção à casa de uma amiga de seu pai depois de comprar alguns doces.

O jovem levantou as suspeitas de Zimmerman, vigilante voluntário de um condomínio fechado em Sanford, centro da Flórida, por motivos confusas. A polícia deteve o guarda para interrogatório, mas libertou-o, depois, sem acusações, aceitando a alegação de que havia atuado em defesa própria.

Martin, no entanto, estava desarmado e as gravações da polícia divulgadas na semana passada não registraram ameaça alguma, algo que despertou a ira da comunidade afro-americana no país e que abriu um sensível debate ao qual se pronunciou inclusive o presidente Barack Obama.[SAIBAMAIS]