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Em missa campal diante de 350 mil fiéis, papa pede fé contra as drogas

No ponto alto de sua primeira visita ao México como papa, Bento XVI deu eco aos que questionam a eficácia da atual política de guerra às drogas, que deixou mais de 50 mil mortos no país desde o fim de 2006, quando o presidente Felipe Calderón colocou os militares no combate aos cartéis. ;O poder dos exércitos não é suficiente para derrotar o mal;, disse o pontífice na missa campal que celebrou ontem para uma multidão em um parque da cidade de Silao. Mas, diferentemente dos governantes, ex-governantes e intelectuais latino-americanos que defendem a despenalização, o líder católico invocou a fé. ;O México e o continente vivem momentos de dor e de esperança ao mesmo tempo. A América Latina precisa confiar no Cristo Rei;, afirmou, em referência à gigantesca imagem de Jesus que domina o cenário da celebração.

Em um gesto cheio de simbolismo, o pontífice sobrevoou de helicóptero a gigantesca estátua de Cristo, com 20m de altura e 80 toneladas. A imagem foi destruída durante a Guerra Cristera, entre 1926 e 1929, em que governo e insurgentes católicos se confrontaram, provocando um drástico rompimento nas relações entre o Estado e a Igreja no México. Depois, pousou perto do Parque do Bicentenário para o momento mais esperado da visita, iniciada na tarde de sexta-feira.