Em meio às denúncias de corrupção que cercaram seu antecessor Christian Wulff, o novo presidente da Alemanha, Joachim Gauck, assumiu nesta sexta-feira (23/3) o cargo prometendo lutar pela unidade europeia, respeitando os direitos civis e preservando a proteção aos imigrantes. O discurso dele é uma indicação sobre esforços em favor das negociações e do combate ao extremismo na região. Na Alemanha, o presidente tem funções administrativas, pois as decisões políticas e econômicas são conduzidas pela chanceler, no caso, Angela Merkel.
Gauck elogiou o sistema da democracia representativa em vigência na Alemanha, no Brasil e em vários países. ;É o único sistema adequado para equilibrar interesses de grupos de interesses e interesses de bem-estar", disse ele. ;[A principal caraterística desse modelo] não é a perfeição, mas sim o fato de ser capaz de se aperfeiçoar", ressaltou.
O novo presidente alertou sobre os riscos do chamado ódio da extrema direita. "Não abandonaremos o país à sorte. Não seremos vencidos pelo medo, vocês [que provocam o terror e o medo por meio do ódio] são o passado, e a nossa democracia sobreviverá", disse Gauck, referindo-se aos que defendem mais rigor à política de imigração no país.
O novo presidente da República já havia feito referência aos imigrantes: ;Todos os que pertencem à mesma comunidade política e ética devem se sentir em casa na Alemanha". Segundo ele, a Constituição alemã "concede a todos a mesma dignidade, independentemente da origem". "Temos de ser um país que une liberdade e justiça social;, destacou.
Gauck foi eleito com o apoio de 991 dos 1.232 integrantes da Assembleia Federal, formada por parlamentares federais e regionais da Alemanha, há quatro dias. Ele venceu Beate Klarsfeld, que teve 126 votos.