Genebra - O Conselho dos Direitos Humanos da ONU deu luz verde nesta quinta-feira (22/3) à criação de uma missão de investigação internacional independente sobre as consequências das colônias israelenses no "território palestino ocupado, inclusive Jerusalém Oriental".
Os 47 Estados membros do Conselho adotaram por 36 votos a favor, 1 contra e 10 abstenções uma resolução apresentada pelos palestinos, decidindo o envio de uma "missão de investigação internacional independente (...) para avaliar as consequências das colônias israelenses nos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais do povo palestino".
Em reação à medida, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou de "hipócrita" o Conselho de Direitos Humanos da ONU. "Este Conselho, com uma maioria automática hostil a Israel, é hipócrita e deveria ter vergonha", indicou o gabinete de Netanyahu em um comunicado.
Ao apresentar a resolução, um enviado paquistanês criticou Israel por insistir em construir mais assentamentos nos territórios ocupados, dizendo que eles estão "violando as leis internacionais humanitárias e de direitos humanos;. "Esta resolução busca responder a desafios dos direitos humanos que esta prática israelense ilegal criou nos territórios ocupados;, disse ele.
Além de ordenar uma investigação das implicações dos assentamentos, a resolução também pede que Israel "adote e implemente medidas sérias" como confiscar armas para evitar atos de violência por colonos israelenses.
Os Estados Unidos se pronunciaram contra a resolução, dizendo que estavam "profundamente incomodados com a predisposição do Conselho contra Israel". "Passos como este não fazem nada para promover uma paz justa e duradoura", disse um enviado dos EUA, acrescentando que eles servem apenas para "afastar as partes".
A ação de Israel para expandir os assentamentos tem sido criticada pela comunidade internacional, que a consideram ilegal.
No começo desta semana, a chefe dos direitos humanos da ONU, Navi Pillay, disse que a expansão de asssentamentos israelenses está profundamente ligada a problemas como a violência no território palestino ocupado.