Jerusalém - Israel sepultou nesta terça-feira (21/3), em uma cerimônia marcada pela emoção e pela dor, as quatro vítimas da matança de segunda-feira em frente a uma escola judaica em Toulouse (sudoeste da França) com um chamado à firmeza contra o antissemitismo em todo o mundo. Os funerais foram realizados no maior cemitério de Jerusalém, Har Hamenuhut (Monte do Descanso), no bairro de Givat Shaul, na entrada da cidade, diante de uma multidão calculada em 2.000 pessoas.
Uma grupo grande se reuniu ao redor dos corpos de Jonathan Sandler, de 30 anos e professor de religião judaica, de seus filhos Arieh (5 anos) e Gabriel (4 anos), e de Myriam Monsonego (de 7 anos), filha do diretor da escola. "Hoje, todo Israel está de luto e chora a morte de crianças inocentes e de um pai dedicado", disse o vice-chanceler israelense, Danny Ayalon, ao receber o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, que viajou especialmente de Paris para a cerimônia.
Durante um encontro em Jerusalém com o presidente israelense Shimon Peres, Juppé assegurou ao seu interlocutor que Israel pode "contar conosco" para lutar contra o antissemitismo. "Estamos comprometidos com o mesmo vigor com a luta contra o terrorismo, este flagelo que atinge muitas regiões do mundo, infelizmente inclusive a França", disse Juppé.
Peres saudou a presença do chefe da diplomacia francesa "em um dia cheio de pesar para todos nós". "O terror é a maior ameaça que enfrentamos", disse. Durante o funeral desta quarta-feira, o presidente do Parlamento, Reuven Rivlin, tomou a palavra para afirmar que "todo Israel está conosco para condenar este assassinato odioso". "Todas as comunidades judaicas estão conosco contra os assassinos. O povo judeu enfrenta animais ferozes que matam os judeus indiscriminadamente", disse Rivlin.
Em seu discurso improvisado, Rivlin lembrou os atentados contra a comunidade judaica em Buenos Aires nos anos 1990 e 2000, os tiros de foguetes por grupos clandestinos de Gaza e a matança de uma família de colonos na Cisjordânia há um ano. Por sua vez, o ministro do Interior de Israel, Elie Yishai, disse que seu país espera "que a França faça todo o necessário para garantir a segurança da comunidade judaica francesa". Ayalon, no entanto, felicitou a polícia francesa "por sua rápida ação". "Estamos todos no mesmo barco. Penso que agora, em especial na França, entende-se melhor a realidade que Israel enfrenta para assegurar sua autodefesa", disse Ayalon.