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Cinco candidatos a presidente pedem anulação de eleições em Guiné-Bissau

Bissau - Os representantes de cinco dos nove candidatos na eleição presidencial de Guiné-Bissau, entre eles os três principais opositores, denunciaram nesta terça-feira (20/3) fraudes nas eleições e pediram que a eleição seja anulada.

"Exigimos a anulação da eleição, já que há irregularidades no processo", declarou Kumba Yala, ex-presidente e um dos principais opositores em Guiné-Bissau. "Aquele que vai divulgar os resultados será o responsável pelo que acontecerá no país", acrescentou Yala, sem dar maiores explicações.

Essa declaração em seu nome e de quatro outros candidatos -Manuel Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa, Serifo Baldé e Afonso Té- foi feita pouco depois da publicação de um comunicado conjunto de seus representantes no qual são denunciadas fraudes durante as eleições.

"Para nós, a eleição não é transparente, não é justa nem tem credibilidade", declarou Augusto Gomes, um porta-voz que se manifestou em nome dos candidatos. "As conclusões às quais chegamos é de que estas fraudes foram preparadas e se concretizaram" no domingo, disse.

Em seu comunicado, os representantes dos candidatos denunciam votos efetuados com "listas eleitorais ocultas" e com falsos títulos de eleitor, votos duplicados, centros de votação fictícios, transporte ilegal de eleitores e de material eleitoral. Afirmam que em alguns casos, as fraudes foram cometidas com "a cumplicidade" das autoridades administrativas. O comunicado foi assinado por representantes de Kumba Yala, Manuel Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa, Serifo Baldé e Afonso Té.

Segundo as primeiras pesquisas reveladas, Yala, Mhamadjo e Rosa ficaram atrás do ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Junior, candidato do Partido Africano para a Independência de Guiné-Bissau e de Cabo Verde (PAIGC, no poder). Os resultados definitivos serão revelados apenas em alguns dias.