Washington - A porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, disse nesta segunda-feira (19/3) que a detenção na Mauritânia de Abdullah Al-Senussi, ex-chefe de inteligência do regime deposto de Muamar Kadhafi, representa "um passo significativo" para a justiça, na Líbia.
Al-Senussi foi detido na sexta-feira (16/3), ao chegar ao aeroporto de Nuakchott a partir do Marrocos com um passaporte falso, informaram autoridades da Mauritânia. "A captura também servirá para auxiliar na busca pelo que realmente ocorreu na obscura história de 40 anos" do regime de Kadhafi, declarou Victoria Nuland à imprensa. Al-Senussi "é acusado de crimes contra a Humanidade e de atos de terrorismo, e a comunidade internacional deixou muito claro que deve prestar contas", acrescentou.
O atual governo líbio, a França e o Tribunal Penal Internacional pedem à Mauritânia que o detido seja entregue à justiça internacional.
Um tribunal francês condenou à revelia o ex-chefe da inteligência líbia à prisão perpétua por sua responsabilidade na derrubada de um avião francês da companhia UTA sobre o Níger, com 170 pessoas a bordo.
Al-Senussi, de 52 anos de idade, chefiou "um dos órgãos de repressão mais eficazes e poderosos do regime", segundo o Tribunal Penal Internacional.