Minutos após o anúncio dos resultados, ele fez uma declaração solene diante da assembleia e comemorou o reusltado. "Que belo domingo", comemorou ele, lembrando que há 22 anos foram realizadas as primeiras e últimas eleições livres da RDA, alguns meses antes da Reunificação Alemã de 3 de outubro de 1990. "Jamais esquecerei estas eleições. Jamais", disse, visivelmente emocionado. "Vocês elegeram um presidente que não pode pensar sem a ideia de liberdade", acrescentou.
A Assembleia Federal reúne os 620 deputados do Bundestag, assim como os representantes dos Estados regionais. Gauck, que se comprometeu com a luta pelos direitos humanos no fim da ditadura comunista da Alemanha Oriental, foi eleito no primeiro turno da votação. Sua designação era considerada certa, já que todos os partidos da maioria e da oposição, à exceção da esquerda radical, Die Linke, haviam chegado a um acordo para apoiar sua candidatura.
O Die Linke, que reúne principalmente nostálgicos da RDA, preferia Beate Klarsfeld, que ficou conhecida por sua caça aos nazistas. Essa eleição presidencial antecipada era necessária depois da renúncia do conservador Christian Wulff depois de apenas 20 meses de mandato. Wulff está no centro de um suposto caso de corrupção que causou polêmica.
Joachim Gauck supervisionou durante os dez anos após a queda do muro os arquivos da Stasi, a polícia política da Alemanha Oriental, que possuía milhões de documentos sobre os cidadãos da RDA.