Havana - Treze opositores que ocupam pacificamente desde terça-feira (13/3) um templo católico em Havana para pedir que o Papa Bento XVI interceda em suas demandas políticas durante sua visita a Cuba afirmaram nesta quinta-feira (15/3) que a Igreja se nega a fornecer alimentos, segundo um porta-voz dos ativistas em um comunicado enviado à AFP.
Num fato pouco comum, a imprensa oficial publicou nesta quinta-feira um comunicado da Igreja católica que rejeitou, por ser "ilegítima e irresponsável", a ocupação da Basílica Menor de Nossa Senhora da Caridad.
O Arcebispado de Havana, dirigido pelo cardeal Jaime Ortega, assegurou que as autoridades cubanas "se comprometeram em não atuar de modo algunm" contra os 13 ocupantes, oito homens e cinco mulheres.
Os opositores cubanos esperam que suas demandas de abertura política sejam atendidas pelo papa Bento XVI em sua próxima visita a Cuba.
"Apresentaram uma carta à Igreja e estão esperando resposta. Logo sairão", disse à AFP o sacerdote Roberto Betancourt, pároco da Basílica Menor de Nossa Senhora da Claridade, no bairro de Centro Havana, onde os opositores entraram na terça-feira à noite e permaneciam nesta quarta-feira (14/3).
O ativista Julio Beltrán, do opositor Partido Republicano de Cuba (PRC), disse por telefone à AFP que os 13 ocupantes do templo são membros dessa organização e querem que suas demandas sejam ouvidas pelo Papa, que visitará a ilha de 26 a 28 deste mês.
O site do PRC informou que as pessoas que estão "de plantão" (os ocupantes do templo) pedem "liberdade sem condições a presos políticos, fim da repressão e perseguição a opositores do regime", assim como "aumento de salários e pensões a aposentados de acordo com o custo de vida atual".