Vinte e oito pessoas, incluindo 22 crianças, morreram na noite de terça-feira (13/3) em um dramático acidente de ônibus em Sierre, no cantão de Valais, sul da Suíça, uma tragédia que comoveu Suíça e Bélgica. Nas cidades belgas de Lemmel e Heverlee (norte), onde moravam as crianças, pais devastados aguardavam notícias. Este é o acidente rodoviário mais grave registrado na Suíça.
O veículo, com 52 pessoas a bordo, seguia para Sion quando bateu contra a parede de um túnel da rodovia, entre as saídas leste e oeste de Sierre. O ônibus fez um desvio de sua trajetória e atingiu a parede do túnel. As crianças, com idade por volta de 12 anos e estudantes de duas escolas, retornavam para a Bélgica após um período de férias em uma estação de esqui em Val d;Anniviers.
Depois de descer o vale, o motorista pegou a autoestrada A9 em direção a Sion/Lausanne. Dois quilômetros adiante, por um motivo desconhecido, o ônibus desviou para a direita e bateu no meio-fio. Em seguida bateu em cheio contra a parede de cimento situada na extremidade de uma área de emergência.
O choque frontal foi de grande violência. A parte dianteira do ônibus ficou destruída e prendeu vários passageiros. As autoridades suíças enviaram um grande aparato ao local do acidente: 60 bombeiros, 15 médicos, 100 socorristas, 12 ambulâncias, oito helicópteros, três reboques e três psicólogos. A autoestrada foi fechada nos dois sentidos e várias pessoas presas nas ferragens foram resgatadas. Os feridos foram levados de helicóptero e ambulância para vários hospitais da região.
Entre os mortos no terrível acidente estão 22 crianças e seis adultos, incluindo os dois motoristas. As 24 crianças feridas são belgas da região de Flandres. O processo de identificação das vítimas foi iniciado. Uma equipe de psicólogos foi mobilizada para acompanhar os familiares que chegavam ao local do acidente. "Este drama vai comover a toda a Bélgica", declarou o embaixador belga, Jan Luykx, que viajou ao local do acidente. "É um dia trágico para toda Bélgica", declarou o primeiro-ministro belga, Elio Di Rupo, que informou em um comunicado que o governo fará o possível para que os parentes sejam corretamente informados e auxiliados.
Rupio viajou à Suíça durante a quarta, mas já decretou dia de luto nacional pela tragédia. O presidente francês Nicolas Sarkozy apresentou condolências aos familiares das vítimas da tragédia. O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente da Comissão Europea, José Manuel Durão Barroso, também expressaram pesar com o desastre.
A Assembleia Federal (Parlamento) suíço respeitou um minuto de silêncio em homenagem às vítimas e seu presidente, Hansj;rg Walter, afirmou estar "profundamente afetado". O presidente do cantão de Valais, Jacques Melly, manifestou "imensa tristeza e profunda emoção". Ele apresentou os pêsames às famílias e elogiou as equipes de resgate, que "trabalharam em condições muito difíceis".
O médico Jean-Pierre Deslarzes, diretor da Organização Cantonal de Resgate del Valais (OCVS), afirmou que todos que participaram na emergência ficaram impressionados com a dimensão do acidente.